A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas básicas, tais como memória, orientação, atenção e linguagem.
Segundo a Associação Internacional da Doença de Alzheimer (ADI), 35,6 milhões de pessoas convivem com a patologia em todo o mundo. No Brasil, pode-se estimar que 1,2 milhões de pacientes sofram com a doença, com cerca de 100 mil novos casos por ano.
As consequências na saúde bucal
O Mal de Alzheimer, também assim conhecido, pode ter consequências diretas na saúde bucal, no que diz respeito à higiene bucal. Conforme a doença progride, mais o paciente se torna dependente para as atividades da vida diária, incluindo a higiene bucal. Nos casos mais avançados, tal higiene fica dificultada pela não cooperação do paciente. Os pacientes não são iguais: uns são agressivos, outros dóceis, uns falantes, outros calados. Assim, dependendo de sua apresentação comportamental e clínica, haverá dificuldade na higiene bucal.
Reforça-se que a escovação deve ser realizada depois de cada refeição pelo paciente, em casos incipientes da doença, ou pelo cuidador. A escova deve ser de cabeça pequena, emborrachada e de cerdas macias, já os enxaguantes bucais são de grande valia, desde que não haja risco de broncoaspiração presente.
Outro ponto importante a ser considerado é o levantamento de todas as medicações feitas pelo paciente e avaliação de sua relação com a boca, como por exemplo a possível alteração do fluxo salivar, o que representaria outro ponto importante a ser considerado.
Em casos que o paciente não for cooperativo, uma alternativa é a intervenção com sedação, feita na modalidade Day Clinic, em ambiente hospitalar. Nestes casos, a relação custo benefício x oportunidade clínica e relevância devem ser considerados.
Para evitar problemas de saúde bucal, os familiares devem estabelecer uma dieta não cariogênica (alimentos com maior potencial de provocar cáries, como açúcares) e consumo inteligente de sacarose. Também é importante chamar a atenção da equipe de cuidados para qualquer mudança de comportamento, como a recusa de alimentos quentes, mudança nos hábitos alimentares, alteração do sono etc, que poderão ser sinais de uma possível dor de dente e infecção de origem dentária presente.
Diante de tantos desafios, é primordial que o dentista ensine e apoie a família no sentido de ensinar e motivar familiares e cuidadores à adoção de manobras preventivas, com técnicas adaptadas a cada caso, bem como dieta adequada e cuidado com próteses dentais.
Só é possível cuidar de forma integral, quando envolvemos a boca.
É possível sorrir.
Vem pra Yappy e sorria para o futuro!